A Câmara Municipal de Campo Grande decidiu, nesta terça-feira (15), que dinheiro público tem endereço certo e não é no camarim de quem canta (ou grita) fazendo apologia ao crime. Foi aprovado o Projeto de Lei 11.572/25, apelidado carinhosamente (ou não) de "Anti-Oruam", em referência ao rapper que virou sinônimo de polêmica ao defender criminosos em suas músicas.
A ideia, proposta pelos vereadores André Salineiro e Rafael Tavares (ambos do PL), é simples e eficiente: impedir que a Prefeitura e suas autarquias contratem, patrocinem ou divulguem eventos com artistas que promovam o crime organizado, o uso de drogas ou qualquer conteúdo que coloque crianças e adolescentes em rota de colisão com a legalidade.
Censura? Não. Bom senso.
A medida não impede artistas de se apresentarem na cidade, mas garante que isso não será feito com o dinheiro do povo. Se quiser cantar "vida loka", que seja no palco bancado pelo próprio cachê, e não com verba pública.
Regras do jogo (sem trocadilhos com o crime)
Se algum artista for contratado e desrespeitar a nova norma, o contrato será rescindido na hora e a multa será de 100% do valor acordado. Em outras palavras: além de não tocar, ainda vai sair no prejuízo. E nem vai poder reclamar no Twitter, porque vai parecer que tá fazendo apologia de novo.
A vereadora Luiza Ribeiro também entrou no ritmo e propôs uma emenda aprovada, ajustando a linguagem do projeto porque até pra barrar apologia ao crime é bom manter a gramática em dia.
Prevenção com P maiúsculo
Além da proibição, o projeto determina que o Município invista em iniciativas que afastem crianças e adolescentes da vulnerabilidade e da criminalidade. Ou seja: não é só tirar o microfone de quem canta bobagem, mas também entregar oportunidades para quem ainda está escolhendo o próprio ritmo de vida.
A medida já tem inspirado propostas semelhantes em outros cantos do país e, convenhamos, não é todo dia que se vê a política alinhando a playlist com a responsabilidade social.