Você está rolando o Instagram tranquilamente quando, de repente, se depara com uma cena no mínimo curiosa: homens suando, emocionados, com camisetas laranjas, gritando “AHU!” como se tivessem acabado de sair de um filme de guerra medieval gospel.
É quase impossível não parar pra assistir. Não, não é um culto ao ar livre, tampouco um reality de sobrevivência: é o Movimento Legendários.
Fundado em 2015 pelo pastor Chepe Putzu na Guatemala, o grupo chegou ao Brasil com a proposta de resgatar os valores cristãos do homem moderno. De lá pra cá, cresceu, ganhou seguidores, um uniforme “oficial” e até fãs famosos como Thiago Nigro (Primo Rico), Pablo Marçal e o pai do Neymar. Hoje, mais de 25 mil homens fazem parte do movimento no país.
Mas afinal, o que é esse tal de TOP?
TOP, nesse caso, não é abreviação de elogio — é o Track Outdoor de Potencial, um retiro de 4 dias com trilhas, exercícios físicos, reflexões espirituais e desafios que, segundo os participantes, ajudam o homem a se reencontrar com sua missão, sua fé, seus valores e... com o barro, o choro e o grito.
E não, você não vai saber tudo o que rola lá. O lema é claro: “O que acontece na montanha, fica na montanha.” Quase um "Las Vegas" evangélico.
“AHU!”: o grito, o símbolo, o meme
O grito de guerra dos Legendários "AHU!" vem de "Amor, Honra e Unidade". Mas na prática, virou símbolo da irmandade e também combustível de inúmeros memes na internet. Tem quem ache emocionante. Tem quem ache teatral demais.
Críticas e polêmicas: onde mora a linha tênue
Nos últimos meses, o movimento tem sido alvo de críticas sérias. O caso mais notório aconteceu em Cuiabá, onde dois participantes foram filmados agredindo uma mulher. O episódio chocou internautas, gerou nota de repúdio por parte da coordenação do grupo e acendeu o alerta: será que a mensagem está sendo interpretada (ou praticada) da forma correta?
Além disso, questiona-se até que ponto o movimento realmente promove transformação masculina ou apenas reforça estereótipos. O tom militarizado, a estética dos encontros e a rigidez dos rituais têm despertado preocupação em especialistas de comportamento e religião.
Críticos argumentam que há um risco de masculinidade performática: um tipo de transformação “de fora pra dentro”, mais voltada à aparência do que à essência. E quando se mistura fé com hype, influência digital e celebridades, a linha entre espiritualidade e marketing pode ficar bem embaçada.
E no meio disso tudo… você o que pensa?
A verdade é que o Movimento Legendários parece ser, ao mesmo tempo, inspirador para uns e questionável para outros. E é exatamente por isso que ele merece análise sem julgamentos apressados, mas com olhos atentos.
Você participaria de algo assim?
Acredita que esse tipo de experiência realmente transforma homens?
Ou vê nisso apenas mais uma narrativa de autoajuda com camiseta personalizada e hashtags emocionadas?
Comenta aí.
Mas se for gritar “AHU!”, por favor… que seja com consciência.