A morte recente do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, após um ataque de onça-pintada às margens do Rio Miranda, em Aquidauana (MS), trouxe à tona um problema recorrente no Pantanal: a retaliação violenta contra grandes felinos.
Apesar da comoção pelo ocorrido, ambientalistas alertam que casos como esse costumam gerar reações perigosas nas redes sociais, com discursos de ódio e incentivos à caça de onças. Casos de matança já foram amplamente divulgados, gerando revolta e mobilizações por justiça.
Relembre casos recentes:
Janeiro de 2025: um vídeo chocante circulou nas redes mostrando uma mulher atirando em uma onça-parda, que caiu de uma árvore e foi atacada por cães. O Ibama identificou a autora e aplicou multa de R$ 20 mil.
Março de 2023: imagens do assassinato de uma onça-pintada e seus dois filhotes viralizaram, provocando comoção nacional. O crime mobilizou parlamentares e ONGs em defesa da fauna.
Abril de 2025: uma onça-pintada foi encontrada boiando no Rio Paraguai, em Corumbá (MS). O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) acompanha o caso, suspeitando de morte por retaliação.
Organizações ambientais como a Ampara Silvestre têm reforçado a necessidade de leis mais rigorosas e maior fiscalização para evitar novos crimes. Petições online exigindo justiça e ações educativas também têm ganhado força nas redes.
Convivência é possível
Especialistas lembram que a onça-pintada é um animal reservado, que evita o contato humano, e sua presença é vital para o equilíbrio ecológico e para o turismo sustentável no Pantanal. Casos de ataques não provocados são extremamente raros.
A mensagem que fica é clara: a justiça para as vítimas humanas deve andar lado a lado com a proteção da fauna. O Pantanal precisa de equilíbrio, e isso só será possível com informação, prevenção e respeito à natureza.