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Pantanal "secou" 80% da superfície de água desde 1985, aponta estudo

Em 38 anos, áreas alagadas no bioma caíram de 1,9 milhão para 382 mil hectares, uma área cinco vezes menor

26/06/2024 16h55
Por: Redação

O Pantanal perdeu 80,7% da sua superfície de água em 38 anos, aponta um estudo "Panorama da Superfície de água do Brasil", realizado pela rede MapBiomas e divulgado nesta quarta-feira (26).

Segundo o estudo, o bioma é o que mais perdeu água em superfície desde 1985, ano em que os dados começaram a ser contabilizados. O relatório leva em consideração os reservatórios naturais e feitos pelo homem.

De acordo com o levantamento, a área de superfície de água no Pantanal era de 1,9 milhão de hectares em 1985. Em 2023, a área foi calculada em 382 mil hectares, ou seja, uma área cinco vezes menor.

O estudo também aponta que, além da redução da superfície alagada, houve também a diminuição no tempo de permanência da água. Em 2023, apenas 2,6% do bioma estava coberto por água, diz o levantamento.

A última grande cheia no bioma aconteceu em 2018, ano em que a área alagada já estava abaixo da média histórica.  “Em 2024, nós não tivemos o pico de cheia. O ano registra um pico de seca, que deve se estender até setembro. O Pantanal em extrema seca já enfrenta incêndios de difícil controle”, explica Eduardo Rosa, do MapBiomas.

Além do Pantanal, apenas o Pampa registrou a redução da área de superfície de água, perdendo 2,9% nos 38 anos analisados.

Incêndios

O Pantanal passa por um período de incêndios sem precedentes. Desde o início de junho, as chamas já destruíram cerca de 627 mil hectares. O governo de Mato Grosso do Sul decretou emergência devido nesta segunda-feira (24), onde 480 mil hectares foram destruídos pelas chamas. Os outros 127 mil foram queimados no Mato Grosso.

Segundo o estudo da MapBiomas, ambos os estados tiveram o caso mais severo de redução no nível de superfície de água em 2023. No Mato Grosso, a perda foi de 33% (274 mil hectares), enquanto no Mato Grosso do Sul houve redução de 30% (263 mil hectares). 

O município de Corumbá (MS), que concentra o maior número de focos de incêndios neste ano, foi o que mais perdeu superfície de água em 2023 em relação a média da série histórica: cerca de 53%, que equivalem a 261 mil hectares.

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